sábado, 10 de novembro de 2007

Pedaços da nossa vida – O «Ti Lobão»

«Ti Lobão» era nome por que, entre nós, tratávamos o Ten Cor Mário Ezequiel Lobão da Cruz, nosso professor de Justiça e Disciplina Militar. Era o que se costuma designar por uma grande figura de homem: alto, forte, soberbo, patriarcal. Leccionava-nos, além dos famosos RDM e CJM, importantes noções de Direito. Foi com ele que nos familiarizámos com «palavrões» como acórdão, libelo, nexo de causalidade, direito consuetudinário, pacto leonino, usucapião e tantos outros ainda inexistentes ou adormecidos no nosso léxico.
O «Ti Lobão» tinha um cão enorme, um Serra da Estrela ou um Pastor Alemão – não me recordo bem –, que passeava todas as tardes depois das aulas. A altivez e a elegância do colosso impressionavam a tal ponto, que o mínimo que vinha à mente das pessoas, sem qualquer ofensa, era a constatação da excelente harmonia entre as duas componentes do imponente binómio, como hoje se diz.
A natural simpatia do «Ti Lobão» ficou consagrada no Livro de Finalistas do Curso:

Porte alto, andar ritmado,
Entra na aula começa a ler.
Abre o Código, sai ditado!
É escrever! Depressa, é escrever!
+++
Diz o povo (e terá razão)
Que a Justiça e todos cobre.
Mas sendo assim, porque então
É preciso ter um cão,
Mesmo que o físico sobre?!

1 comentário:

Ah Leão! disse...

Será errado brincar com os "mortos"?, eu julgo que não.Pois eu lembro-me bem do TC Lobão e também do seu cão!Ambos de grande porte!
Era uma personagem afável e só assim, aceitava algumas das graças em que eu era useiro e vezeiro em dirigir a grande parte dos professores..apenas me fez ir a exame!!!! Que o Ti Lobão tenha o Código Celestial bem decorado para nos dar uma "Séca" quando Lá nos encontrarmos!